Você sabe o que é swell e vagas?

Existem basicamente dois tipos de ondas oceânicas geradas pelo vento, mas é comum os surfistas as confundirem, veja como diferenciar os dois tipos de uma forma prática

Você sabe o que é swell e vagas? – Afinal todo surfista do planeta terra, em algum dia escutou esta frase: O swell entrou e o mar está bombando! Essa frase normalmente se desenrola quando o mar “sobe”, ou seja, quando as ondas ganham volume e altura nos picos de surfe. Portanto, os surfistas, tende a classificar isso como um “swell”. Contudo, nem sempre isso é verdade!

Contudo, uma forte ressaca atingiu o litoral do Nordeste na semana de 15 a 19 de julho de 2015. As ondas do oceano chegaram a um patamar recorde de 5 metros de altura na noite do dia 16 de julho do mesmo ano. Acontecimento bem raro para região, contudo, como informaram erroneamente alguns veículos de imprensa, não se tratava de um “swell”, e sim de grandes vagas!

Vagas

Antes de tudo, as vagas são ondas que se formam sobre o oceano em áreas próximas ao litoral. Devido, o vento soprar intensamente sobre estas áreas, durante muito tempo. Estas grandes áreas oceânicas são chamadas de pista de vento. De fato estendendo por centenas de quilômetros, às vezes até milhares de quilômetros. Abaixo confira a formação das ondas por equipamentos de estudos.

Confira como é formado as ondas pelo vento intenso.

Por certo as vagas são facilmente identificáveis no oceano devido a sua falta de regularidade, ou seja, elas normalmente chegam em formatos deformados. Evidentemente sem ter uma “linha” bem definida, sem uma direção definida.

Em outras palavras, típico de mar “bagunçado ou balançado” onde os surfistas comentam. Assim, quando você estiver surfando e notar que as ondas estão chegando de várias direções e formas diferentes umas das outras. Principalmente se o vento estiver soprando forte de “maral” naquele momento, então esteja certo de que você está diante das vagas.

Swell

Sobretudo a outra forma são as famosas ondas de “swell”. Formadas por tempestades oceânicas bem longe da praia. Elas viajam por milhares de quilômetros meio ao vasto oceano. Distanciando muito das áreas tempestuosas aonde elas foram geradas.

Dessa forma chegando limpa e perfeita nos picos de surfe. Somando com a qualidade diferenciada de fundos e ventos. Estas condições são verdadeiramente o sonho de todo surfista do planeta!

Alguém pode perguntar?

A menos que se nestas condições citadas acima, são ondas “de vento”? Por que as ondas aparecem em dias de vento calmo? Ou até mesmo em dias que o vento sopra ao contrário, do continente para o mar; o famoso vento terral?

Você que esta nos lendo? Isso você!

A princípio acho que um dia, eu, tu, nós e todo mundo, que já jogou uma pedra no lago ou na piscina. No impacto da pedra com a calmaria das águas. Ao se chocar com a água, formando um turbilhão onde caiu. Sendo, assim, formando ondas circulares que vão se afastando do turbilhão em direção às bordas do lago ou da piscina. Exatamente isso que ocorre com as ondas de “swell”, só que numa escala oceânica.

Portanto, as ondas de “swell” são reconhecidas por serem “alinhadas”. Chegando em séries, de longos intervalos entre as ondas. Estando com uma direção bem definida. Ondas praticamente iguais entre todas elas, exatamente como as ondas das piscinas. Devido a essas características, elas são as melhores ondas para serem surfadas.

Empinamento na crista da onda

Da mesma forma, as ondas de um “swell” possuem muita energia. Porém, na maioria desta energia transportada embaixo da folha água. Na maioria das vezes elas passam despercebidas em locais profundos. Onde elas atingem uma pequena e imperceptível altura.

Contudo, quando elas se aproximam de águas rasas, a energia que estava embaixo da água começa a despontar na superfície. Este efeito é conhecido como “empinamento”. Sendo assim um “swell”, que pode ter uma altura pequena no meio do oceano. Porém, a sua força não é revelada pela sua altura, mas por outra medida das ondas chamada de período.

Os períodos

O período é basicamente o intervalo de tempo entre duas ondas seguidas. Em suma, se você estiver com um relógio no mar, você pode medir o período das ondas. Acionando o cronômetro quando passar uma onda e aguardar até que passe a onda seguinte. O resultado do tempo medido é o período!

Observando assim parece não ter muito significado, o período das ondas guarda muito mais segredos sobre as ondas do que podemos imaginar…

Na verdade, muita coisa pode ser falada sobre o período de uma onda. Porém, o mais importante é ter em mente que o período também fala sobre a energia que a onda guarda embaixo da água. Além da velocidade que ela tinha no oceano! Então dessa maneira quanto maior o período das ondas, mais força ou energia melhor dizendo, ela deverá quebrar nas águas rasas e pela costa litorânea.

Swell no Nordeste

Sendo assim, a principal medida de um “swell” não é a sua altura, mas o seu período. Ocorreu um exemplo de uma situação que ocorreu alguns anos atrás no Nordeste. Gerando um “swell” de Sul, trazendo ondas de boa qualidade. Logo que perfeitas e surfáveis. Sendo que houve uma ressaca dias antes. Isso devido o período que as ondas chegavam. Marcando na casa dos 18 segundos, sendo um período que indica ondas com muita energia e perfeição.

SWELL ou VAGAS?

O período das ondas com ressaca de 10 segundos, com essa distância entre as ondas. Não tem muito significado em mar de vagas. Porque seria somente uma “média”, assim você vai encontrar uma ampla variedade de períodos de ondas.

Além de ondas, chegando de várias direções, tornando o surfe uma tarefa um pouco mais complicada. Não dando uma previsão segura de quando a onda vier e quebrar. Em outras palavras, não sabendo se ela abrirá, ou fechar de repente, ou seja, o mar fica meio imprevisível.

Portanto, no mar com um “swell”, o período é uma medida que praticamente aplicada a todas as ondas. Devido a sua uniformidade, sendo que todas as séries vêm sempre na mesma direção. Por isso apenas variando na altura de uma para outra.

Vagas e Swell ao mesmo tempo

Existe uma situação paralela de que vagas e “swell” podem conviver juntos. Sendo que se acaso, em algum tipo de situação, no dia acontecer de virem ondas de vagas e ondas de “swell” na mesma praia. São geralmente de direções diferentes, quebrando de maneira diferente no pico.

Além é claro que as ondas de um “swell” são muito mais perfeitas. Proporcionando um surfe muito mais agradável e manobrável, por serem mais previsíveis, serem mais alinhadas, e mais longas que as ondas de vagas. Relembremos as principais partes de uma onda:

Crista: parte mais alta da onda;
Cava: parte mais baixa da onda;
Comprimento: distância entre duas cristas sucessivas;
Período: tempo decorrido ou intervalo entre duas cristas sucessivas;
Altura: distância vertical entre a crista e a cava;
Base: ainda que não possamos enxergar, a onda enquanto se propaga libera energia em regiões mais profundas. A base é o último ponto que a ondulação libera energia em direção ao fundo do oceano.